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A “grande fábrica” de cerveja mais velha do mundo?

Arqueólogos desenterraram no Egito o que pode ser a fábrica de cerveja em grande escala mais antiga do mundo, com aproximadamente 5.000 anos. Que a cerveja é antiga ninguém questiona, a gente até já falou sobre a distribuição aos operários no Egito antigo aqui. Também não é a primeira vez que cientistas dizem ter descoberto a cervejaria mais antiga do mundo. Em 2018, uma equipe de Stanford anunciou o mesmo, uma cervejaria descoberta em Haifa, Israel, datada de 13 mil anos. Houve também uma descoberta na China em 2016, esta como agora com cerca de 5 mil anos. Mas desta vez, os egípcios alegam terem descoberto a mais antiga cervejaria “de grande produção” do mundo! Um grupo de egípcios e americanos descobriram a cervejaria em Abydos, num antigo cemitério no deserto. Lá encontraram vários setores contendo cerca de 40 potes usados ​​para aquecer uma mistura de grãos e água para fazer cerveja. Sim, cerveja naquela época não era uma sofisticada mistura de malte e lúpulo! A cervejaria provavelmente remonta à era do Rei Narmer, entre 3273 e 2987 antes de Cristo de acordo com o Conselho Supremo de Antiguidades. Ele fundou a Primeira Dinastia e é considerado um unificador do Egito. Ainda segundo ele, a cervejaria consistiria em oito grandes áreas, cada uma com 20 metros (65 pés) de comprimento e cada uma contendo cerca de 40 potes de cerâmica dispostos em duas fileiras.

Acredita-se que milhares de galões de cerveja tenham sido produzidos no local. A mistura usada para a produção de cerveja era aquecida nas cubas, com cada bacia presa por alavancas de barro colocadas verticalmente em forma de anéis. A cervejaria pode ​​ter sido construída neste lugar especificamente para fornecer aos rituais que aconteciam dentro das instalações funerárias dos reis do Egito. Acredita-se que a cerveja tenha sido produzida em grande escala, com cerca de 22.400 litros (5.000 galões) produzidos por vez. Provas do uso da cerveja em ritos de sacrifício também foram encontradas durante escavações nas instalações. Abydos é uma das cidades mais antigas do antigo Egito e abriga vastos cemitérios e templos. A área fica no sul da província de Sohag, no Alto Egito, onde também fica a cidade de Luxor, um dos pontos turísticos mais populares do país. Será que alguma uma cervejaria vai reivindicar a produção “since 3.000 ac”? Saúde!

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Quanto custa o seu drink?

Vejamos, dez centavos de açúcar, dez centavos de gelo, cinquenta centavos de fruta, um real de vodka, salário do barman, valor do ambiente… Salário do barman? Valor do ambiente? Quanto isso custa num drink?

Com poucos números podemos chegar a um valor razoável para estes itens no preço de um drink, mas na verdade qual é o real valor da minha bebida? Qual o preço do ambiente? Quanto vale a decoração do bar, o requinte do restaurante, a experiência de quem serve? O que adquirimos é a soma do que realmente vale com o quanto estamos dispostos a pagar por ele. E com as bebidas esta relação é bem nítida.

Um vinho de mesa custa em torno de vinte reais (maio/22). Um bom vinho, mais nobre, custa sessenta reais. Um vinho raro, de boa seleção e safra pode custar mais de mil reais. Existe tamanha diferença? Há esse abismo de sabor? Todos são feitos de maneira semelhante e o resultado final, respeitando as diferenças e requintes de cada safra, seleção e origem é apenas um vinho. Na verdade a diferença existe sim, mas não representa tamanha divergência de valores. O valor da maior parte das bebidas esta ligada diretamente a exclusividade. Quanto menor o circulo de consumo da bebida mais ela custará.

O serviço oferecido também é um fator relevante. Existem bares, pubs e restaurantes que contam com o serviço de renomados bartenders e seus drinks custarão obviamente mais do que aqueles preparados num bar mais simples. Se estiver num desses ambientes, aproveite. Por que não dirigir-se ao barman e ao fazer o pedido, soltar aquela expressão máxima do degustar: – Surpreenda-me!

Dinheiro compra exclusividade e isso se aplica as bebidas. O mercado de cervejas, por exemplo, antes reduzido a meia dúzia de grandes marcas hoje com o crescimento da economia se propaga por inúmeras cervejarias de pequeno porte que produzem cervejas especiais e exclusivas. Hoje é possível encontrar em vários barzinhos, além das cervejas importadas de renome, cervejas nacionais do tipo Ale, Weiss e até Champenoise. E se o dinheiro hoje compra cerveja, milhares de anos atrás ela era usada como pagamento. Na antiga Mesopotâmia a bebida era dada aos funcionários mais importantes como forma de gratificação.

Aliás, esse papo de cervejas da uma vontade de gastar uns trocados no happy hour. Coisa que também não foi inventada por mim, nem por você, nem mesmo por nossos avós. Os egípcios distribuíam cerveja aos operários que trabalhavam na construção de pirâmides após um dia de trabalho. Carregar aquelas pedras não era moleza, acho que por isso tem dias que nossos genes parecem pedir um happy hour!

Ainda dentro do bar, existe um costume em estabelecimentos que fazem o estilo mais antigo, de servirem algum tira-gosto gratuito (amendoins, batatinhas ou afins) a quem se senta a mesa para beber. No Brasil este costume não é comum, mas nos Estados Unidos, Europa e algumas capitais latinas esta prática é amplamente usada. Vale lembrar que na verdade ninguém lhe dá nada de graça. O sal contido nos aperitivos estimula a sede, a diurese, e você acaba bebendo mais. Salt is Money!

(Texto publicado na revista Preto no Branco, Ano 2, 7a edição, em maio de 2012)

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Brindemos

Quando falam de coquetel, você lembra de liquidificador? Então reveja seus conceitos. Originados na idade média, quando a intenção era tornar menos desagradável o sabor das rudimentares bebidas da época, somente por volta de 1850 o nome “cocktail” apareceu e tem sua origem atribuída a vários personagens e situações que vão desde penas do rabo de galos (cocktails em inglês) usadas para mexer ou decorar as bebidas, até um drink delicioso, preparado por uma mexicana linda de nome Coct. Especulações a parte, o fato é que seja para estimular o apetite, o animo, como digestivo, ou apenas para refrescar e divertir, o coquetel é uma excelente pedida. Os verdadeiros coquetéis estão em toda parte e a cada dia novas combinações são criadas e novos e interessantes drinks vão surgindo ou voltando com novas roupagens. A mixologia, técnica que levou o coquetel pra dentro do laboratório, abriu um leque de situações sem limites que vão desde bebidas em pasta até vodka em pastilhas ou caviar.

E pra cumprir sua missão, além de agradável o coquetel precisa ter apresentação, charme. Vender um coquetel é acima de tudo sedução. Ela começa no preparo e estende-se até uma impecável apresentação final. Um rosto bonito ajuda muito. Tom Cruise arrancou suspiros das mulheres em Cocktail (filme – 1988). Barmans e barwomans ficam mais sexy’s preparando coquetéis ou estes parecem mais gostosos preparados por bartenders charmosos? Você decide. Na televisão, as descoladas Carrie, Charlotte, Miranda e Samantha da badalada série de TV americana e filmes “Sex and the City” tornaram famoso e popular, o antigo Cosmopolitan. Na série, as protagonistas viam-se nos bares da Big Apple discutindo seus conturbados relacionamentos ao sabor do delicioso drink. Carrie,  vivida por Sarah Jessica Parker, em determinado episódio, diz que o drink é a única solução para dar um fim digno ao seu conturbado dia.

Então, com ou sem álcool, da próxima vez que for a uma festa ou um barzinho, arrisque-se. Você não vai se arrepender. Para os que quiserem começar em casa deixo a idéia do nova-iorquino Cosmopolitan. 40 ml de suco de cranberry, 50 ml de vodca, 20 ml de licor de laranja (Cointreau), 10 ml de suco de limão, 6 a 8 usos de gelo e uma tirinha de casca de laranja ou limão para decorar. Bata delicadamente todos os ingredientes (menos a decoração) numa coqueteleira. Transfira a bebida para um copo de short drink previamente gelado. Dobre a casca de laranja, coloque-a dentro do drinque ou na lateral do copo e sirva.

(Texto que deu origem a coluna homônima)

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Brindemos ao primeiro ano de Preto no Branco

            Aniversário é tudo de bom! E na comemoração de um ano de Preto no Branco que tal brindarmos com uma bebida que completa vários aniversários antes de ser servida? Na verdade, em média, são mais de oito aniversários, muita técnica, preparação e cuidado antes de ir para o copo.

É ele mesmo, o velho whisky. Originário da Escócia, ele é chamado de whisky se a origem for a Escócia e região ou whiskey se a origem for americana ou outras regiões, embora esta regra não seja muito seguida. Para os brasileiros é simplesmente uísque.

Whisky é um destilado de vários cereais algumas vezes maltados. A enorme variedade de combinações de grãos somada as diferentes regiões onde é produzido e os processos de envelhecimento ou amadurecimento faz com que a bebida tenha uma enorme gama de tipos, sabores e gradações alcoólicas.

Se você é bebedor de whisky com toda certeza terá seu preferido. Envelhecido ou amadurecido em média por mais de 8 anos, o destilado tem muitas histórias para contar, sejam elas referentes ao seu processo de fabricação ou histórias que envolvem seu consumo ou as pessoas que o criaram. A bebida conta através do copo. Pelo aroma, cor e paladar podemos saber se foi amadurecido ou envelhecido, qual grão predomina na composição e até mesmo por quanto tempo esperamos para saboreá-lo. Claro que é preciso uma técnica, olfato e paladar muito apurados para tal feito.

Sobre os fatos que cercam sua produção a bebida traz ainda mais histórias. Alexander Walker registrou em 1877 o nome do conhecido whisky Johnnie Walker em homenagem a seu pai, John Walker falecido em 1857. A saga da destilaria, passada de pai para filho por gerações é usada hoje para simbolizar a campanha da marca: caminhando sempre. O Black & White foi criado por James Buchanan, do também famoso Buchanans, e se tornou o primeiro Scotch servido na Câmara dos Comuns do Reino Inglês, o equivalente a nossa câmara dos deputados. Agora sabemos por que o parlamento inglês debatia tanto! Os cachorrinhos da logomarca, um Scottish Terrier preto e West Highland Terrier branco foram criação do próprio James Buchanan e foram adicionados a marca em 1890.

Porém ninguém tem mais histórias que meu xará, Mr. Jack Daniel. Controverso e singular, sua história é cercada de fatos interessantes e curiosos. Sua criação mais famosa, o whiskey Jack Daniel’s tem em seu rótulo uma referencia a Old No 7 Brand, porém Jack faleceu sem dizer a que se referia o número 7 resultando em dezenas de especulações sobre seu significado. Dizem que é a sétima tentativa de mistura de sabores, do barril No 7 onde foi guardado, da locomotiva de número 7 que levava os barris, que seria um J em sua indecifrável letra ou até que seria referência as suas supostas sete namoradas. Sim, Jack era um mulherengo. Ao lado de seu túmulo descansam duas cadeiras, supostamente para que suas amantes o visitem. E sobre seu túmulo existe uma lápide, que tem data de falecimento, porém sua data de nascimento é controvérsia já que um incêndio destruiu os dados referentes a seu nascimento. Mr Jack não teve filhos, seu único legado foi o whiskey que hoje é um dos mais vendidos no mundo. Destilado de milho, sua filtragem a base de carvão e seu amadurecimento em barris de carvalho previamente queimados resultam em uma bebida caramelizada e amadeirada. Particularmente um dos meus preferidos.

Whisky além história tem etiqueta: Jamais mexa o gelo com os dedos; Apesar de usual, não misture nada a bebida sob a pena de destruir anos de trabalho duro; E bourbons ou similares, como o Jack Daniel’s são preferencialmente servidos sem gelo! Saúde!

(Texto publicado na revista Preto no Branco, Ano 1, 6a edição, em outubro de 2011)

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Brindemos mais que nunca

Se há uma época onde o brinde reina absoluto é no final do ano. Além das badaladas festas de natal e réveillon, são confraternizações de empresa, amigo secreto da faculdade, da academia, da turma do cooper. Brindamos pelo que conseguimos realizar no ano que finda ou fazemos um brinde compromisso com o que pretendemos realizar no próximo.

Na verdade, o ato de brindar tornou-se conhecido na Inglaterra do século XVI onde uma torrada era lançada ao fundo do copo e os participantes deveriam terminar a bebida no copo a fim de alcança-la. Existem várias formas e cada cultura possui uma palavra ou som para o brinde. Para os franceses é santé ou salut, e na boca já fica o biquinho armado pronto pra beber! Os espanhóis e latinos de língua espanhola erguem suas taças dizendo salud. O universal tin-tin, ou chin-chin, não é apenas uma onomatopeia para os chineses. Lá, chin significa “felicidade”, e chin-chin, “muita felicidade”. Em japonês o brinde é outro, diz-se kampai, que quer dizer “copo vazio”, o que também faz sentido!

E se vamos brindar que tal uma bebida nobre como o Champagne? O champagne é um vinho espumante de uma região de mesmo nome que fica a aproximadamente 150 km de Paris. Em meados do século 17 já existiam vinhos espumantes, porém um efeito não esperado acontecia com algumas garrafas de vinho não espumante. Uvas colhidas antes do tempo entre outros fatores provocavam uma segunda fermentação dentro das garrafas, o que ocasionava seu rompimento por pressão e consequentes prejuízos. Um monge chamado Don Pérignon, sim ele, começou a investigar o fato e resolveu usar garrafas mais espessas e rolhas amarradas com arames. Além disso, usou uma técnica chamada assemblage, que consiste na mistura de dois ou mais vinhos. Resultado, conseguiu realizar a segunda fermentação dentro das garrafas, criando o primórdio do que hoje chamamos Champagne. “Estou bebendo estrelas!” disse o monge.

Outra colaboradora em nossa história foi uma viúva, Veuve Clicquot. Barbe-Nicole Clicquot Ponsardin perdeu o marido aos 27 anos e assumiu o controle da vinícola. Ela resolveu entre outras coisas, o problemas dos resíduos resultantes da segunda fermentação permanecerem na garrafa após o processo do monge. Sua audácia e empreendedorismo a fizeram dona de uma das mais famosas casas de Champagne do mundo. E segundo alguns, sua beleza e belos seios inspiraram as famosas taças de Champagne. Quem sabe!

A denominação Champagne é uma appellation dorigine contrôlée (denominação de origem controlada). Sendo assim, a região de Champagne, na França, é a única no mundo que pode dar o nome de Champagne aos seus espumantes. No resto do mundo, incluindo na França além da região em questão, a bebida de estrelas deve ser chamada apenas de vinho espumante ou simplesmente espumante.

Seja Champagne ou espumante, a bebida é pedida perfeita para qualquer ocasião onde se deseje festejar alguma coisa e a maneira de degustá-la fica a critério de cada um. Deixo algumas sugestões:

– Espumante com frutas – corte pequenos pedaços de morango, maça, pera, ameixa ou uvas e adicione a taça juntos ou separados. As frutas dão um sabor todo especial a bebida. No final do ano, uma simpatia que consiste em deixar as sementes de uva guardadas na carteira promete prosperidade no ano que se inicia!

– Espumante com ouro – Pique pequenos pedaços de folha de ouro comestível dentro da taça e sirva o espumante. Símbolo do luxo e de eternidade, os pedacinhos de ouro dançam ao som das borbulhas do espumante.

– Espumante com Cranberry – Uma dose de suco de cranberry ao espumante dão um toque de classe e um sabor final rústico.

E a dica: as taças devem estar impecavelmente limpas e cristalinas para o brinde de estrelas. Ah, e jamais arremessá-las para trás como alguns tem costume. É completamente out, anti ecológico, além do risco de machucar alguém é claro! Tin-Tin!

(Adaptação de texto publicado na revista Preto no Branco, Ano 2, 5a edição, em março de 2011)

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Diga-me o que bebes e te direi quem és

Quem não lembra a famosa cena de “Uma linda mulher” quando Vivian Ward, a personagem interpretada por Julia Roberts entra numa loja de grife e é esnobada por vendedoras por apresentar um perfil, digamos, não convencional para a loja em questão? O estereótipo é a primeira propaganda, a primeira impressão, nem sempre correta.  As bebidas e as maneiras de degusta-las também comumente preconcebem a personalidade das pessoas. Um senhor sozinho sentado no balcão de um bar degustando vagarosamente uma dose de whisky remete a alguém de poder aquisitivo razoável, provavelmente culto, refletindo algum percalço ou aguardando a uma bela moça. O mesmo senhor sentado à mercearia da esquina bebendo cachaça já dá outra ideia a história.

É, portanto dever de quem serve ou oferece a bebida faze-lo sempre em harmonia com o evento em questão e não com a aparência do cliente sob pena de cometer uma gafe memorável. Que bebida você ofereceria a Lady Gaga? A diva do Pop, grande ganhadora do MTV Video Music Awards, bissexual declarada, escandalosa em sua maneira de agir e vestir, usou até como um dos looks da festa um vestido de carne. Vodka saborizada, um frozen Tequila? Pois saiba que sua bebida predileta, segundo ela própria, é vinho tinto. Dúvida! Será que seu sommelier harmonizou o vinho ao vestido? Carnes de caça pedem vinhos mais encorpados.

Estereótipos a parte, o fato é que públicos e ocasiões diferentes pedem bebidas diferentes. Eventos diurnos combinam com cervejas, bebidas geladas e gaseificadas. Eventos noturnos, sobretudo em clima frio pedem bebidas encorpadas e de teor alcoólico mais elevado. E esta matemática pode ser aplicada ao público em questão com alguns dados curiosos. Festas com público jovem tem maior consumo de açúcar, por exemplo. Eventos repletos de beldades fit são costumeiros devoradores drinks com adoçantes e bebidas tidas como slim (como o Gin), afinal a cinturinha custa a ser mantida. Festas populares dão mais rotatividade a drinks leitosos como os coquetéis de frutas e nada que tenha um nome muito estranho ou desconhecido, a exceção do gelo seco que é um sucesso!  “- Eu quero um desses que sai fumacinha!”. Já idades mais elevadas dão preferência a bebidas mais tradicionais e menos exóticas.

Unanimidade nas paradas e no público jovem, Lady Gaga é tida como uma releitura de Madonna, diva do pop e sucesso até hoje mesmo na casa dos 50 anos. E assim como a música, a moda e os costumes, os drinks também se reinventam. Deixo abaixo uma releitura do famoso Cosmopolitan de Sex and the City feita por Madonna num night club nova-iorquino. Quem disse que a coroa não inventa mais moda?

Numa coqueteleira com gelo adicione 2 medidas de Citron Vodka , 1 de Cointreau ou Triple Sec, 3 de suco de Cranberry e suco de limão. Bata e coe numa taça de Martini. Decore com uma tirinha de casca de limão e/ou meio morango. É fácil, rápido e você é pop!

(Texto publicado na revista Preto no Branco, Ano 1, 4a edição, em novembro de 2010)

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O gosto amargo do fim

Modesto Idalgo, é gerente de um restaurante de Puerto del Carmen, perto de Tías, ilha de Lanzarote, Ilhas Canárias. Idalgo diz orgulhoso que a visão do mar da ilha é inspiradora. Começa com um azul escuro e depois vai ficando mais claro a medida que se aproxima da costa e sobre o mar é refletido o brilho das rochas na água. Conta que no dia do falecimento de José Saramago a vida na ilha parou em respeito ao escritor. Ao fim da noite, serviu-se uma taça de vinho branco de Lanzarote que também era do gosto do escritor e pôs-se a admirar o mar. “O vinho não se deve beber sozinho, mas por vezes um pouco de intimidade de pensamento faz bem” prossegue.

Certas coisas deixam no fim um gosto amargo. Ouso dizer que se Saramago fosse uma bebida seria talvez como a Angostura. Sua obra é marcada por uma escrita dura e rude mas que a alguns encanta, a outros põe a prova seus medos e a alguns provoca repulsa. Mas nosso assunto são drinks então vamos falar deles. Que ao final cada um sinta o que lhes foi proporcionado.  Assim como a leitura de um livro.

Angostura por origem é um bitter, classe de bebidas normalmente produzida de raízes e ervas, de gosto geralmente amargo na qual se encaixa por exemplo o conhecido italiano Campari©. Porém, longe de ser um bitter comum desses que normalmente servimos num copo alto com gelo para acompanhar aperitivos, a Angostura é uma bebida produzida em um único lugar, Port-of-Spain em Trinidad, com uma fórmula secreta. E normalmente bastam algumas poucas gotas para atingir seu objetivo ou corre-se o risco de seu gosto extremamente amargo destruir a degustação. Num rótulo preto e branco que parece ter sido impresso na copiadora da esquina e mal colado em sua pequena garrafa encontram-se descritos vagamente sua origem e seus componentes, tratado apenas como uma infusão de ervas aromáticas e inofensivas.

Mas com todas essas qualidades estranhas, pra que serve então esta bebida? Bem, um drink bem montado é como um bom livro, tem começo, meio e fim. E deve conta uma boa história. Diferentes partes da nossa boca e corpo reagem a estímulos numa ordem e intensidade que varia conforme o que provamos. As vezes provamos uma bebida que começa e termina doce e ficamos esperando aquilo que nos provoque, que dê sentido, equilíbrio e razão.

Nessa engenharia de copo, a Angostura é usada para equilibrar uma bebida demasiadamente suave, dar um fim rústico ao drink, ou cortar um sabor que seria muito intenso. O badalado drink Manhathan é um exemplo disso. Porém assim como Saramago, Angostura não é para todos, é intensa, amarga e por vezes doses exageradas podem causar efeitos inesperados. Mas quem pode tirar o crédito de algo que se destaca por gerações mesmo sendo rude, amargo e de publicidade duvidosa não é mesmo?

O drink que fecha nossa história é o Harmonia. Uma parte de vinho branco em homenagem ao nosso controverso escritor, uma parte de St. Remy, uma parte de licor Curaçau Blue Stock e duas gotas de Angostura. Mexa todos os ingredientes numa coqueteleira com gelo e coe com a tampa da coqueteleira. E a dica: Drinks batidos com gelo mas servidos sem ele em geral pedem que sejam rapidamente despejados a fim de evitar a diluição dos ingredientes na água do gelo.

(Texto publicado na revista Preto no Branco, Ano 1, 3a edição, em agosto de 2010)

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Hay que endurecer, pero sin perder la ternura!

Hay que endurecer, pero sin perder la ternura!
Estamos em Havana no início do século XX. Cuba luta por uma independência por quase toda sua história. O espírito revolucionário foi sendo forjado na ilha de geração em geração. Com apoio americano em 1897, Cuba torna-se autônoma e livre do domínio espanhol. Os americanos invadem Cuba no intuito de preservar a autonomia do país e obviamente também de seus interesses.
Assim como quem visita você sempre traz um souvenir, os americanos levaram suas músicas, seu cachorro quente e como não podia faltar, levaram também sua Coca-Cola. E em meio a este clima de euforia, liberdade e rum (os cubanos são loucos por rum), um Capitão americano, depois de um dia de serviço na ensolarada e infernal Havana de 1900, chega num bar e pede ao bartender algo que lhe refresque e relaxe.
O bartender então pega um copo, joga umas pedras de gelo, acrescenta uma dose de rum e completa com a americana Coca-Cola. O capitão pega o drink e bebe, deliciando-se a cada gole. Os demais soldados e cubanos presentes no bar, vendo a cara de satisfação do comandante, fazem a mesma pedida ao atendente.
E eis que em pouco tempo estão todos bebendo e brindando, afinal não havendo Copa do Mundo naquela época, o que mais haveria a ser feito em Cuba? Então alguém lá no fundo grita: -Cuba libre! E não é difícil imaginar logo em seguida todos embriagados, gritando em um coro destoado: -Cuba libre; Cuba libre! Viva Cuba! Viva la revolucion!
De fato, se alguém tivesse gritado “Viva españa!” ele teria sido apedrejado e seu nome dado em homenagem a bebida ou se tivesse surgido em meio a manifestação feminista de 1970 onde sutiãs foram rasgados e queimados talvez se chamasse “Meia Taça Livre!”. Mas assim é a interessante história do mundo e seus drinks e desta forma nasceu o Cuba Libre.
Com um século de existência, a bebida festeja uma Cuba que ainda não é totalmente livre, mas assim como o coquetel é sempre alegre e divertida. O drink, de enorme aceitação entre os brasileiros, tem sabor levemente doce, refrescante, é prático e rápido de ser feito e ainda permite adaptar o teor alcoólico a preferencia de quem toma.
Para preparar basta seguir a secular receita do barman cubano servindo em um copo alto e decorando com uma fatia de limão na borda. Para variar e deixar ainda mais refrescante, adicione rodelas de limão dentro do copo.

(Texto publicado na revista Preto no Branco, Ano 1, 2a edição, em junho de 2010)

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Drinkspiration

ATUALIZAÇÃO:

O App segue na loja da Apple e agora está disponível também para Android.

No site, cada vez mais receitas e mais inspirações pra todo gosto ou tipo de evento!

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Para os Applemaníacos, a Absolut Vodka lançou recentemente na App Store um aplicativo destinado a profissionais e entusiastas da coquetelaria.

O aplicativo sugere drinks em função da ocasião, da região onde o usuário se encontra, da cor ou sabor preferido e caso o usuário esteja indeciso, também lista os mais populares. Uma vez escolhido o drink é apresentada sua receita e modo de preparo incluindo até elementos de decoração do copo.

Gostou do drink? Marque-o em sua relação pessoal. Uma lista mundial vai sendo gerada com os drinks preparados por você e por outros usuários e um rank com os mais badalados é montado. Achou empolgante? Então poste suas façanhas no Twitter e Facebook diretamente do aplicativo. Uma dica: para que o aplicativo sugira drinks por localidade é preciso permitir que o mesmo use sua localização.

Apesar de estar em inglês, o software é intuitivo e permite obter bons resultados mesmo para os iniciantes na área. Tem ferramentas de busca por tipo, por recipiente ou método de preparo, por ocasião entre outras.

O Drinkspiration está disponível para iPhone, iPod Touch e iPad com OS 3.1.2 ou superior. Está atualmente na versão 1.1 que inclui além dos recursos originais, incrementos como novos sabores de Absolut, novas taças e atualizações na interface do usuário.

Para não usuários dos portáteis Appe existe também uma versão web interativa em www.absolutdrinks.com. Muito interessante e muito bem elaborado!

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Mixology NEWS

A Quintessência Drink Service, empresa no ramo de coquetelaria para eventos realizou na sexta-feira passada (14/05) o primeiro evento utilizando recursos de mixologia em seus coquetéis. Em um badalado casamento de Fortaleza, foi oferecida aos convidados uma espumante com esferas de pêssego. O drink de impecável apresentação é uma das novidades no ramo de coquetéis que a empresa traz para a cidade. As esferas se rompem na boca liberando o gosto da fruta e criando um efeito surpreendente.

A mixologia molecular interage bebidas com compostos químicos criando uma nova gama de possibilidades e sensações a quem os degusta. Os drinks sólidos, como são comumente chamados são o ultimo hit da moda no mercado de bebidas.

Pioneira no mercado que coquetéis para eventos de Fortaleza e região, a Quintessência busca sempre trazer novidades aos seus clientes e tornou-se em pouco tempo referência nacional no segmento de coquetelaria e cafeteria. Segundo Raquel de Góes, comercial da empresa, além dos drinks sólidos, a empresa conta com uma enorme gama de coquetéis e complementos para tornar o evento único e não mede esforços para atender os seus clientes, seja com novidades como esta ou atendendo as exigências dos clientes no que diz respeito a frutas ou bebidas exóticas.

Maiores informações pelo site da empresa www.quintessenciadrinks.com.br ou pelo fone (85) 3262.1263