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Hay que endurecer, pero sin perder la ternura!

Hay que endurecer, pero sin perder la ternura!
Estamos em Havana no início do século XX. Cuba luta por uma independência por quase toda sua história. O espírito revolucionário foi sendo forjado na ilha de geração em geração. Com apoio americano em 1897, Cuba torna-se autônoma e livre do domínio espanhol. Os americanos invadem Cuba no intuito de preservar a autonomia do país e obviamente também de seus interesses.
Assim como quem visita você sempre traz um souvenir, os americanos levaram suas músicas, seu cachorro quente e como não podia faltar, levaram também sua Coca-Cola. E em meio a este clima de euforia, liberdade e rum (os cubanos são loucos por rum), um Capitão americano, depois de um dia de serviço na ensolarada e infernal Havana de 1900, chega num bar e pede ao bartender algo que lhe refresque e relaxe.
O bartender então pega um copo, joga umas pedras de gelo, acrescenta uma dose de rum e completa com a americana Coca-Cola. O capitão pega o drink e bebe, deliciando-se a cada gole. Os demais soldados e cubanos presentes no bar, vendo a cara de satisfação do comandante, fazem a mesma pedida ao atendente.
E eis que em pouco tempo estão todos bebendo e brindando, afinal não havendo Copa do Mundo naquela época, o que mais haveria a ser feito em Cuba? Então alguém lá no fundo grita: -Cuba libre! E não é difícil imaginar logo em seguida todos embriagados, gritando em um coro destoado: -Cuba libre; Cuba libre! Viva Cuba! Viva la revolucion!
De fato, se alguém tivesse gritado “Viva españa!” ele teria sido apedrejado e seu nome dado em homenagem a bebida ou se tivesse surgido em meio a manifestação feminista de 1970 onde sutiãs foram rasgados e queimados talvez se chamasse “Meia Taça Livre!”. Mas assim é a interessante história do mundo e seus drinks e desta forma nasceu o Cuba Libre.
Com um século de existência, a bebida festeja uma Cuba que ainda não é totalmente livre, mas assim como o coquetel é sempre alegre e divertida. O drink, de enorme aceitação entre os brasileiros, tem sabor levemente doce, refrescante, é prático e rápido de ser feito e ainda permite adaptar o teor alcoólico a preferencia de quem toma.
Para preparar basta seguir a secular receita do barman cubano servindo em um copo alto e decorando com uma fatia de limão na borda. Para variar e deixar ainda mais refrescante, adicione rodelas de limão dentro do copo.

(Texto publicado na revista Preto no Branco, Ano 1, 2a edição, em junho de 2010)