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A “grande fábrica” de cerveja mais velha do mundo?

Arqueólogos desenterraram no Egito o que pode ser a fábrica de cerveja em grande escala mais antiga do mundo, com aproximadamente 5.000 anos. Que a cerveja é antiga ninguém questiona, a gente até já falou sobre a distribuição aos operários no Egito antigo aqui. Também não é a primeira vez que cientistas dizem ter descoberto a cervejaria mais antiga do mundo. Em 2018, uma equipe de Stanford anunciou o mesmo, uma cervejaria descoberta em Haifa, Israel, datada de 13 mil anos. Houve também uma descoberta na China em 2016, esta como agora com cerca de 5 mil anos. Mas desta vez, os egípcios alegam terem descoberto a mais antiga cervejaria “de grande produção” do mundo! Um grupo de egípcios e americanos descobriram a cervejaria em Abydos, num antigo cemitério no deserto. Lá encontraram vários setores contendo cerca de 40 potes usados ​​para aquecer uma mistura de grãos e água para fazer cerveja. Sim, cerveja naquela época não era uma sofisticada mistura de malte e lúpulo! A cervejaria provavelmente remonta à era do Rei Narmer, entre 3273 e 2987 antes de Cristo de acordo com o Conselho Supremo de Antiguidades. Ele fundou a Primeira Dinastia e é considerado um unificador do Egito. Ainda segundo ele, a cervejaria consistiria em oito grandes áreas, cada uma com 20 metros (65 pés) de comprimento e cada uma contendo cerca de 40 potes de cerâmica dispostos em duas fileiras.

Acredita-se que milhares de galões de cerveja tenham sido produzidos no local. A mistura usada para a produção de cerveja era aquecida nas cubas, com cada bacia presa por alavancas de barro colocadas verticalmente em forma de anéis. A cervejaria pode ​​ter sido construída neste lugar especificamente para fornecer aos rituais que aconteciam dentro das instalações funerárias dos reis do Egito. Acredita-se que a cerveja tenha sido produzida em grande escala, com cerca de 22.400 litros (5.000 galões) produzidos por vez. Provas do uso da cerveja em ritos de sacrifício também foram encontradas durante escavações nas instalações. Abydos é uma das cidades mais antigas do antigo Egito e abriga vastos cemitérios e templos. A área fica no sul da província de Sohag, no Alto Egito, onde também fica a cidade de Luxor, um dos pontos turísticos mais populares do país. Será que alguma uma cervejaria vai reivindicar a produção “since 3.000 ac”? Saúde!

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Quanto custa o seu drink?

Vejamos, dez centavos de açúcar, dez centavos de gelo, cinquenta centavos de fruta, um real de vodka, salário do barman, valor do ambiente… Salário do barman? Valor do ambiente? Quanto isso custa num drink?

Com poucos números podemos chegar a um valor razoável para estes itens no preço de um drink, mas na verdade qual é o real valor da minha bebida? Qual o preço do ambiente? Quanto vale a decoração do bar, o requinte do restaurante, a experiência de quem serve? O que adquirimos é a soma do que realmente vale com o quanto estamos dispostos a pagar por ele. E com as bebidas esta relação é bem nítida.

Um vinho de mesa custa em torno de vinte reais (maio/22). Um bom vinho, mais nobre, custa sessenta reais. Um vinho raro, de boa seleção e safra pode custar mais de mil reais. Existe tamanha diferença? Há esse abismo de sabor? Todos são feitos de maneira semelhante e o resultado final, respeitando as diferenças e requintes de cada safra, seleção e origem é apenas um vinho. Na verdade a diferença existe sim, mas não representa tamanha divergência de valores. O valor da maior parte das bebidas esta ligada diretamente a exclusividade. Quanto menor o circulo de consumo da bebida mais ela custará.

O serviço oferecido também é um fator relevante. Existem bares, pubs e restaurantes que contam com o serviço de renomados bartenders e seus drinks custarão obviamente mais do que aqueles preparados num bar mais simples. Se estiver num desses ambientes, aproveite. Por que não dirigir-se ao barman e ao fazer o pedido, soltar aquela expressão máxima do degustar: – Surpreenda-me!

Dinheiro compra exclusividade e isso se aplica as bebidas. O mercado de cervejas, por exemplo, antes reduzido a meia dúzia de grandes marcas hoje com o crescimento da economia se propaga por inúmeras cervejarias de pequeno porte que produzem cervejas especiais e exclusivas. Hoje é possível encontrar em vários barzinhos, além das cervejas importadas de renome, cervejas nacionais do tipo Ale, Weiss e até Champenoise. E se o dinheiro hoje compra cerveja, milhares de anos atrás ela era usada como pagamento. Na antiga Mesopotâmia a bebida era dada aos funcionários mais importantes como forma de gratificação.

Aliás, esse papo de cervejas da uma vontade de gastar uns trocados no happy hour. Coisa que também não foi inventada por mim, nem por você, nem mesmo por nossos avós. Os egípcios distribuíam cerveja aos operários que trabalhavam na construção de pirâmides após um dia de trabalho. Carregar aquelas pedras não era moleza, acho que por isso tem dias que nossos genes parecem pedir um happy hour!

Ainda dentro do bar, existe um costume em estabelecimentos que fazem o estilo mais antigo, de servirem algum tira-gosto gratuito (amendoins, batatinhas ou afins) a quem se senta a mesa para beber. No Brasil este costume não é comum, mas nos Estados Unidos, Europa e algumas capitais latinas esta prática é amplamente usada. Vale lembrar que na verdade ninguém lhe dá nada de graça. O sal contido nos aperitivos estimula a sede, a diurese, e você acaba bebendo mais. Salt is Money!

(Texto publicado na revista Preto no Branco, Ano 2, 7a edição, em maio de 2012)

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Brindemos

Quando falam de coquetel, você lembra de liquidificador? Então reveja seus conceitos. Originados na idade média, quando a intenção era tornar menos desagradável o sabor das rudimentares bebidas da época, somente por volta de 1850 o nome “cocktail” apareceu e tem sua origem atribuída a vários personagens e situações que vão desde penas do rabo de galos (cocktails em inglês) usadas para mexer ou decorar as bebidas, até um drink delicioso, preparado por uma mexicana linda de nome Coct. Especulações a parte, o fato é que seja para estimular o apetite, o animo, como digestivo, ou apenas para refrescar e divertir, o coquetel é uma excelente pedida. Os verdadeiros coquetéis estão em toda parte e a cada dia novas combinações são criadas e novos e interessantes drinks vão surgindo ou voltando com novas roupagens. A mixologia, técnica que levou o coquetel pra dentro do laboratório, abriu um leque de situações sem limites que vão desde bebidas em pasta até vodka em pastilhas ou caviar.

E pra cumprir sua missão, além de agradável o coquetel precisa ter apresentação, charme. Vender um coquetel é acima de tudo sedução. Ela começa no preparo e estende-se até uma impecável apresentação final. Um rosto bonito ajuda muito. Tom Cruise arrancou suspiros das mulheres em Cocktail (filme – 1988). Barmans e barwomans ficam mais sexy’s preparando coquetéis ou estes parecem mais gostosos preparados por bartenders charmosos? Você decide. Na televisão, as descoladas Carrie, Charlotte, Miranda e Samantha da badalada série de TV americana e filmes “Sex and the City” tornaram famoso e popular, o antigo Cosmopolitan. Na série, as protagonistas viam-se nos bares da Big Apple discutindo seus conturbados relacionamentos ao sabor do delicioso drink. Carrie,  vivida por Sarah Jessica Parker, em determinado episódio, diz que o drink é a única solução para dar um fim digno ao seu conturbado dia.

Então, com ou sem álcool, da próxima vez que for a uma festa ou um barzinho, arrisque-se. Você não vai se arrepender. Para os que quiserem começar em casa deixo a idéia do nova-iorquino Cosmopolitan. 40 ml de suco de cranberry, 50 ml de vodca, 20 ml de licor de laranja (Cointreau), 10 ml de suco de limão, 6 a 8 usos de gelo e uma tirinha de casca de laranja ou limão para decorar. Bata delicadamente todos os ingredientes (menos a decoração) numa coqueteleira. Transfira a bebida para um copo de short drink previamente gelado. Dobre a casca de laranja, coloque-a dentro do drinque ou na lateral do copo e sirva.

(Texto que deu origem a coluna homônima)