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Alegria

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Minha alegria é ver você feliz.
Por vezes fico imaginando e te vejo girando na praia.
Os cabelos ao vento, parecem rodar mais rápido que seu corpo.
Numa volta você olha o céu, na outra a areia branca da praia.
Abre os braços e gira. Feliz.
Volto a realidade e você continua assim.
Gosto do som engraçado da sua risada.
Do jeito expontâneo que se diverte.
Da sua irreverência, da sua atitude.
Gosto de ver você dançar, sozinha.
Divertindo-se apenas com seu corpo e música.
Te deixaria feliz se mandasse flores?
Se te convidasse pra sair?
Se fizer o que estiver ao meu alcance e tentar o que não estiver?
Tudo que peço é o seu sorriso.

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Anjos, fadas e sapos

Todo dia, acredite você ou não, nossa vida recebe intervenções de bem ou de mal. Confesso que sou incrédulo sobre coisas que não posso palpar, não sou esotérico nem nada parecido mas tenho que admitir que durante minha vida alguns anjos, fadas e sapos mudaram minha maneira de pensar ou agir.

Um anjo me ensinou que querer não é sempre ter. Que ter não significa pra sempre. E que as vezes chegamos tarde as estações da vida e outras pessoas embarcaram no vagão que por alguns instantes acreditamos ser o nosso. Me ensinou que desejar muitas vezes é tão ou mais satisfatório que possuir, e que assim como o possuir não é pra sempre o não ter também pode ter prazo de validade.

Já uma fada me ensinou a buscar a felicidade onde quer que ela esteja. Me mostrou através dela mesma que esse é o melhor caminho. Me ensinou a verdade. Seja me dando um bronca ou me destruindo moralmente com palavras pela manha e dormindo comigo a noite, me provou que o que importa é a verdade. Se eu precisava ouvir o que me foi dito e se era eu o que ela desejava pouco depois pra que um meio termo, meias palavras, meias verdades?

Os sapos? São os bons amigos. Aqueles que posso passar anos sem ver, mas como uma semente guardo como um bem imensuravelmente valioso. O sapo tem o dom de pular bem na sua frente quando você menos espera, quando todos os outros se foram. Pra emprestar um real, um carro, um ombro ou um ouvido.

A meu anjo, minha fada e meus sapos eu procuro retribuir tudo de bom que eles já me proporcionaram, porque tudo que já fiz ou venha a fazer, ainda me deixa aquém de uma eterna dívida para com eles.

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Pequena

Princesa

Pequena como menina, grande como mulher. Pequenas porções de ilusão para um coração exagerado. Pequenas chances de dar certo, não?

O que tem esta menina que põe por terra mulheres de todas as cores, de várias idades e tantos amores? O que esconde com seu feitio que faz o improvável ser buscado e o impossível ser relativizado?

A leiga mais interessante que a sábia. Olha-me e sem pronunciar uma palavra, diz: Decíframe ou não te devoro. E o dono de todos os manuais e teorias cai por terra sem conhecimento.

Ela devolve a graça da conquista. Devolve o sonho de tornar uma pessoa única e especial. Me faz procurar semelhanças em letras de canções. Apaixonado.

Linda como uma flor, mas nega, modesta, a sua beleza. Desconhece o poder que exerce? Ah, pequena! Quien sabe un dia al viento las campanas dirán que ya eres mía!

(no texto, parafraseando Cazuza, Martinho da Vila e Luiz Miguel)
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O tolo

Incrivelmente lindaHouve um tempo em que eu era um tolo. Começou acredito que quando nasci e durou até… bem, na verdade ainda não acabou!
Conheci Julia através de um cliente amigo. Lembro-me da foto, uma morena linda com um gorrinho de cores africanas na cabeça. Era toda sapeca, cabelos longos e negros e olhos verdes. Com pouco tempo ficamos amigos e conversávamos frequentemente pelo computador. E a conversa foi, aos poucos, mudando de trabalho pra social, de social pra indiretas e das indiretas pras diretas.
Na época eu namorava uma pessoa há um bom tempo e Julia era para mim como um por do sol. Daqueles que a gente gosta de admirar, de perder certo tempo com ele, mas sem pretensões de tornar-se parte. Feliz e satisfeito apenas pelo fato dela existir. Mas o tempo foi passando e ela começou a mexer com minhas certezas. Por vezes duvidava da solidez do meu relacionamento. Até o dia em que ficamos juntos pela primeira vez. A partir daí as coisas começaram a tomar o rumo do errado, do incerto e como o futuro iria mostrar, do fim.
Ainda guardo algumas cenas em minha mente. Certa noite fiquei admirando seu corpo moreno, liso e aveludado como um pêssego deitado sobre a cama. Julia era inacreditavelmente linda. Quem diria que aquela pequena ali deitada era muito mais que inexperientes olhos podiam ver. Moleca, safada, ela era também muito insegura e imatura, e eu um tolo, igualmente imaturo e indeciso. Nos anos que estivemos juntos, uma imensidão de sentimentos aflorou. Por vezes, eu me afastava e ela me procurava, outras ela se afastava e eu a procurava. Houve épocas em que ela namorava outra pessoa e se distanciava e outras na qual quem fazia isso era eu. Certa vez ela brincou: – Será que daqui a alguns anos, depois de rodarmos por aí, ficaremos juntos, bem velhinhos?
E nestas idas e vindas, encontros e desencontros, a vida foi nos separando e cada um tomou seu rumo. Não sei ao certo quando tudo terminou. Foi uma transição imperceptível até que um belo dia nós já não tínhamos nada a ver um com o outro. Hoje, Julia está casada e é mãe de um lindo garotinho e eu, depois de tantos anos, de tantas outras Julias, arrisco-me a descrevê-la como a mulher da minha vida. O amor da minha vida. Isto é, existe na verdade esta pessoa? Ela é sempre única e imutável? Ou vários atores tornam-se por tempos este personagem? Realmente ainda não sei. Talvez um dia saiba ou quem sabe não. Continuo um tolo, sem saber.